domingo, 18 de maio de 2014

III TEMPOS MODERNOS

    C: HISTÓRIA 


                           História das Religiões

                                                                      Índice




            I   As religiões abraâmicas: Judeus, Cristãos e Muçulmanos......................2

    I I    Religiões no extremo Oriente: 
           Zaratustra, Budismo, Confucionismo, Taoismo, Zen, Mani............. .....3
           Regra de Ouro, corrente da Gnose

       III    Nascimento das igrejas ................................................................................7
         A Igreja ilegal no Império Romano.
         Líderes,  Comunidades,  Mártires,  Sacramentos

   IV A igreja ilegal no Império.............................................................................9

   V  A Igreja vira religião do Império................................................................11
              Constantino,  A igreja religião do Império  salvação
              Os  concílios, Pensamento Romano, 
  
      VI.  ¨A Igreja santa, apostólica, assíria do Oriente".........................................16  

     VII   O Islã.............................................................................................................20
             Os Árabes, fatos históricos, Corão,  Islã
             História,  Vaticano II, Islã outra coisa?

     VIII  A igreja ortodoxa no Oriente......................................................................29    
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      IX   A Cristandade da Idade Média....................................................................30

        X  Os Tempos modernos....................................................................................33
       1. As Reformas dos Protestantes, Evangélicos,
       2. Concílio de Trento 3. Movimentos religiosos, Jesuítas

XI  A Conquista da America Latina...................................................................36
       1. Vocação  divina de Portugal e Espanha
       2. A Terra da vera Cruz, o Brasil  3. Defensores

XII   As Igrejas Pentecostais de hoje e a Igreja Católica..................................47
      1. Os Pentecostais do seculo XX.
      2. A igreja católica de hoje,

XIII  Desafios........................................................................................................53


      Literatura usada: Curso Popular de História da Igreja, Paulus, Gráfica 1999
História da Igreja no Brasil, edições paulinas , Petrópolis 1992
Karl Joef Kuschel: Leben ist Brückensclagen Patmos 2011
Pilip Jenkins: Das goldene Zeitalter des Christentums, Herder 2010       
Karen Armstrong: Die Botschaft, Pattloch, 2012

Andreas Goetze: Religion fällt nicht vom Himmel, WBG 2012


        

         I  As religiões abraâmicas:


            A terra de Abrão foi Ur em Caldea, uma grande cidade da Baixa Mesopotâmia, ela conhecera um grande esplendor no fim do 3.° milênio. Antes de 2000 a.C. havia um Sikkurat de Ur. Conhecida é a Estandarte de Ur. Os Sumérios  inventaram a escritura, caracteres cuneiformes. O Rei Hamurábi 1729-1686 fundou um reino na Babilônia com o Código de  leis semelhantes da lei de Moisés: ¨Olho por olho¨ .havia pena da morte, mutilação, mas tinham certos direitos dos escravos, das mulheres, (esteio de Hamurábi).









                                 Estandarte de Ur                                                                                            Sikkurat 2000 a,C.

           Harran foi um centro importante de caravanas em que se adorava o deus LUA.

           Javé disse a Abrão:¨Parte da sua terra, da sua família e da casa de teus pais para a terra que eu te mostrarei¨(Gn 12,1). Abrão  percorre a terra Canaã e foi para o Egito (Gn 12,16).
          ¨O crescente fértil¨ se estende até Egito. 3000 a.C. haviam lá pirâmides. Os Hicsos com cavalos e carros governam o Egito. entre 1720-1551 a..C.













                                                  Pirâmide no Egito 3000 a,C
                  Crescente fértil

   A crença em um só Deus é comum entre Judeus, Cristãos e Muçulmanos. Falamos das religiões abraâmicas, todos acreditam em um só Deus.
 
              A história de Israel começa com “os pais”, o pai Abrão e mãe Sarai: “Em você todas as famílias da roça serão abençoadas (Gn, 12,3)”. Na promessa de um filho de Sara Abraão será ”o pai de uma multidão de nações” (Gn 17,4).
 As doze tribos de Israel formavam o povo de Israel e depois da destruição de Jerusalém, quando os judeus foram dispersos no mundo inteiro, fala-se do judaísmo, da comunidade dos filhos de Israel. A Torá e os Profetas foram escritos na mesma época das religiões asiáticas.

  Os judeus poderiam aceitar Jesus com um dos profetas, mas não Jesus como aquele que anula a lei, que na crença dos judeus salva, nem como filho de Deus em quem os cristãos acreditam. Isto seria blasfêmia.
 A separação do cristianismo do judaísmo foi evidente no encontro farisaico em Jâmnia por volta do ano 80 ou 90, que foi decisivo para a posterior identidade do judaísmo. Atribuí-se a esse “Sínodo” o cânone da Bíblia hebraica, a TANAK: Torá, Nabim e Ketubim. O judaísmo formativo fixou certas regras manifestando-se nelas a exclusão das comunidades judeu-cristãs: “Nenhuma esperança reste aos renegados e o poder irresistível os faça desaparecer. E os nazarenos (os judeus e muçulmanos chamam os cristãos nazarenos) e os minim (dissidentes) pereçam instantaneamente. Sejam apagados do livro da vida e não sejam inscritos como justos”.
           
            Os muçulmanos vêem em Ismael, o filho de Hagar, expulsa por Sara, seu pai conforme a promessa de Javé: “Também do filho da escrava eu farei uma grande nação, pois ele é descendência sua” (Gn. 21,13).
    No início o Islã foi considerado uma seita dos Ismaelitas. Surgiu o Alcorão no Sul da Mesopotâmia onde os Árabes dialogaram com cristãos?  No início o Islã não foi separado dos judeus e cristãos, se falava dos árabes e dos sírios. Precisava reunir os árabes na Síria, com a nova religião, na maioria foram cristãos,. A nova religião se entendeu como continuação e confirmação e perfeição da Torá e do Evangelho.  Assim foi mais facil de reunir as diferentes tradições e intregar os cristãos  na nova religião.
 Em torno de 850 d.C. tinha 40% muçulmanos. Em torno de 1200 os cristãos foram ainda importantes, mas após as cruzadas (1099, 1140, 1190) foram perseguidos.


         II  Religiões no extremo Oriente:                                     
    





            1. Zaratustra vivia na Pérsia e ensinava um dualismo entre o bem e o mal: ele foi um sacerdotes no VII sec. a.C. A religião dele se fundou sobre o mito de ’Angra Mainyu’, o espírito mal contra ‘Spenta Mainyu’, o espírito bom. O espírito mal é dono dos demônios e adversário do ‘Ahura Mazdah’, dono da criação, da sabedoria. O homem deve decidir ao qual lado ele quer lutar. No final dos tempos acontecerá o juízo.
 
 2. O Buda:  o Iluminado





            Siddharta Gautama nasceu por volta 563 a.C. na Índia: ele viu um velho, um enfermo, depois passava um cadáver e outra vez pôde contemplar um asceta sereno. Os sofrimentos deste mundo podem ser superados pela contemplação. Não precisa dogmas védicos- bramânicos, nem um deus para realizar seu destino. O problema básico é o sofrimento: Como superar o sofrimento? Convencido de que a vida é cheia de sofrimentos e sacrifício buscou a iluminação religiosa. Percorreu o nordeste da Índia durante seis anos, pregava o desligamento dos bens materiais, a paz e a plenitude levam a um estado de ausência total de sofrimentos,  chamou nirvana. A origem de sofrimento é a ignorância.                                                                                                     

                                                                                   

       Sofrimento: causas e soluções: As quatro nobres verdades:

         De acordo com o Cânone Páli as Quatro Nobres Verdades foram os primeiros ensinamentos deixados pelo Buda depois de atingir o nirvana. Algumas vezes, são consideradas como a essência dos ensinamentos do Buda e são apresentadas na forma de um diagnóstico médico: Estas 4 nobres verdades constituem a derma <verdade>: mansidão, esquecimento de si mesmo, superação do mundo das aparências, extinção da ignorância.
1.O sofrimento acaba quando termina o desejo. Isso é conseguido através da eliminação da ilusão (maya), assim alcançamos um estado de libertação do iluminado (bodhi)
       2  A vida como a conhecemos é finalmente levada ao sofrimento e/ou mal-estar (dukkha), de uma forma ou outra;
     3..O sofrimento é causado pelo desejo (trishna). Isso é, muitas vezes, expressado como um engano agarrado a um certo sentimento de existência, a individualidade, ou para coisas ou fenômenos que consideramos causadores da felicidade e infelicidade. O desejo também tem seu aspecto negativo;
    4.  Esse estado é conquistado através dos caminhos ensinados pelo Buda.
.              
                     Atma: significa hálito, alma é a base de cada EU concreto, que liga com todos os seres humanos, não é um coisa concreta ou um objeto. Atman é o eu espiritual transcendental, absoluto. Brahmam: é a base do cosmo, um, inseparável, a força que une o universo, o absoluto, onde tudo se origina e ao mesmo tempo habita no seio do indivíduo. 
                              
                 Os Upanishads: textos entre século VIII e IV a.C. <conclusão das Vedas>, também chamados Vedanta. Eles ensinam o ser humano a buscar o absoluto dentro de seu próprio coração e compreender a identidade básica entre Brahmam e Atma.

                 Estes filósofos descobriram o fundamento da ética. Porque não matar? Porque amar? A alma individual faz parte da alma universal. Se um individua ofende o próximo, ofende se a si mesmo. “Quem se conhece em tudo e tudo em si, não ofende si mesmo por si mesmo”.  No Canon Páli o “Buda” Gautama diz: “Como eu sou, estes são; como estes são, sou eu. Se assim um homem se iguala ao outro, não quer matar ou se deixar matar”. “Respeitando a mim mesmo eu respeito o outro, respeitando o outro eu respeito a mim mesmo”, a regra de ouro..          
             Shankara (por volta de 800 d.C.) concluiu: só tem um só princípio e não divisão ou dualismo e antagonismo <Advaita-Vedanta
              O budismo afirmou-se como um dos principais sistemas filosóficos da Índia. Ao contrário dos gregos os hindus desprezaram a física e a cosmologia em favor da metafísica.  Taranto narra a visita de um filósofo hindu a Sócrates (nascido 470), e o Timeu de Platão (nascido 427) é de nítida inspiração hinduísta.      
             Alexandre Grande 327-325 dirigiu suas tropas para a longínqua Índia, país mítico para os gregos, no qual fundou colônias. O sonho de Alexandre foi unificar a cultura oriental com a cultura ocidental

     3. Confúcio  551-479 a.C. na China:
            Impressionado com a miséria, exploração e corrupção na China Confúcio buscava meios para aliviar os sofrimentos. Ele não foi um líder religioso, em relação a Deus foi agnóstico, não se sabe
como Deus é. Ele foi mestre de moral, seu tema é a humanidade. A virtude consiste em amar os homens. Isto é a sabedoria.
 Confúcio foi um dos primeiros a articular a regra de Ouro. Seus discípulos devem cada dia praticar este ensino, o mais importante para a vida, chamado ‘ren’.                    
 A religião não pode ser separada do altruísmo, tratar o outro com absoluto respeito. Servir aos mortos como estivessem conosco é expressão de piedade filial.
           
            4. O Taoismo
.               Suposto autor do taoismo é Lao tsé  que vivia por volta do ano 300 a.C.:  O Taoismo surgiu ao lado do confucionismo. Enquanto o confucionismo pensa em ordem, o taoismo pensa em polaridade nos símbolos Yin e Yang.  O Taoismo modelou o caráter do povo chinês, enfatiza a liberdade individual. O dão ou tão é o princípio universal, origem e fim de todas as coisas.

                   “Se na terra todos reconhecem o lindo como lindo, o feio está posto no mesmo tempo.
      Se na terra todos reconhecem o bem como bem, está posto no mesmo tempo o mal.
      O ser e o não ser se gera mutuamente. Pesado e leve se completam. Antes e depois se seguem.                                Assim também o chamado: ele permanece atuando sem agir. Ele ensina sem palavras.
      Ele gera, mas não possui. Ele age, mas não guarda. Se a obra foi feita, ele não persiste. E porque  não persiste, não fica abandonado”.

      5. Xintoísmo,  Budismo,  Zen no Japão:
             O Xintoismo antigo se formou provavelmente em torno de 982 aC. Pessoas se estabeleceram em pequenas tribos com as suas divindades. De origem chinesa, o termo <Xinto> significa “Caminho dos deuses”. Se tornou religião do estado e do Imperador, que representa a divindade.
              Saindo da Índia o budismo entra na China século I antes ou depois de Cristo como <shan> budismo, de lá entra no Japão no século VI d.C.
              O Zen significa absorto, meditação, mantendo a compostura Lotos: “mostrar o coração do homem, olhar a própria natureza e se tornar buda”. O Zen tem grande influência na cultura de Japão,  é no mesmo tempo contemplativo e ativo. A pessoa quer chegar à iluminação que serve ao autoconhecimento. Os japoneses assumiram algumas teorias do Confúcio. O xintoísmo nacionalista exaltava a raça japonesa e divinizava o imperador                                 
              No final da segunda guerra mundial os Estados Unidos obrigavam o imperador a desfazer o mito da sua divindade. Em vista de tantas terremotos e tsunami os Japoneses aceitam estas catástrofes como natural e começam de novo.
               6. A Máxima, chamada “Regra de Ouro”
                    O chinês Confúcio 551-479 a.C. foi um dos primeiros a articular a regra de Ouro. Seus discípulos devem cada dia praticar este ensino, o mais importante para a vida, chamado <ren>. A religião não pode ser separada do altruísmo, tratar o outro com absoluto respeito.
                No Canon Páli o “Buda” Gautama, nascido por volta 563 aC. na Índia se diz: “Como eu sou, estes são; como estes são, sou eu. Se assim um homem se iguala ao outro, não quer matar ou se deixar matar”. “Respeitando a mim mesmo eu respeito o outro, respeitando o outro eu respeito a mim mesmo”.
                   No livro de Tobit 4,15: ¨O de que não gostas, não o faças a ninguém¨.
                No Evgl. de Mateus 7,12: ¨Portanto, tudo  aquilo que quereis que os homens façam a vós, fazei-o vós mesmos a eles; esta é a lei e os Profetas¨.(Lc 6,31)                                                                                                
            As tradições de Maomé (Hadithe) ensinam: Ninguém é um muçulmano verdadeiro enquanto não deseja para o seu irmão o que deseja para si. “Deseja aos outros homens, o que desejas para ti”.

                 

        7. A corrente da Gnose (conhecimento):

       A corrente gnóstica se encontra no Iraque (manda), no Egito, na Índia e China, e na Sírio-palestina nos tempos do cristianismo primitivo, já no fim do 1. século, onde o Evangelho foi escrito. A Gnose e a filosofia grega têm influência no judaísmo tardio com a sua apocalíptica. Surgem várias teorias “teológicas” e alguns grupos começam também a querer reler o evento “Jesus de Nazaré” com os conceitos gnósticos, Jesus é o intermediário entre a humanidade e a divindade.
Origem: A corrente gnóstica se encontra no Iraque (manda), no Egito, na Índia e China, e na Sírio-palestina nos tempos do cristianismo primitivo, já no fim do 1. século, onde o Evangelho foi escrito. A Gnose e a filosofia grega têm influência no judaísmo tardio com a sua apocalíptica. Surgem várias teorias “teológicas” e alguns grupos começam também a querer reler o evento “Jesus de Nazaré” com os conceitos gnósticos, Jesus é o intermediário entre a humanidade e a divindade.
 Foi descoberta a diferença radical do EU humano do mundo, do cosmo. O mundo não é só estranho, é o inferno. O Evangelho de João quer dar uma resposta a esta corrente.
A experiência da vida: Para a Gnose existe um dualismo radical entre a Divindade e o Cosmo ou mundo: No pensamento grego o cosmos era a ordem no universo, a ordem suprema. Na Gnose o cosmos é desordem, mau, ruim, hostil, significa escuridão e morte, inferno. O Divino está absolutamente fora do mundo.
O mundo é obra ruim de potências inferiores, é uma prisão, preso por sete esferas que não deixam a alma passar. Na Gnose se argumenta: A criação não pode ser a obra de um Deus perfeito, porque o mundo é imperfeito e mal. Entre o divino e humano existem entidades como um demiurgo, um arquiteto, que criou o mundo, depois demônios, anjos, potestades. O dualismo se exprime em luz – escuridão, verdade – mentira, liberdade – escravidão. Na Bíblia a criação é obra boa de Deus.
A alma é representante do mundo, por isso não tem confiança no outro.  A pessoa está em inimizade com o mundo, despreza todas as relações com os outros. Pela ignorância surgem escassez e sofrimento.
Os gnósticos perguntam: como EU posso me salvar deste mundo ruim? Dentro do ser humano se esconde um espírito, é uma faísca da parte divina, que entrou no ser humano, ignorante, dormindo, esperando a libertação.
  O verdadeiro EU, a faísca preexistente  sobe e volta na sua pátria pelo conhecimento. A alma (anima) veio dos deuses e vai para os deuses.
A salvação deste mundo ruim acontece pelo conhecimento, pela sabedoria e educação para participar do divino. Uma morte que salva não tem sentido.  Precisa se libertar deste cosmo, largar o corpo como parte do cosmo. Quem tem conhecimento desrespeita e rejeita este mundo. “A salvação perfeita é o conhecimento da grandeza inefável”. 
 Só pelo conhecimento o EU pode voltar para o Divino escapando da morte. Importante é o conhecimento do caminho, para que no final a faísca possa reunir-se de novo com o divino. A salvação é a libertação do mundo finito para o mundo infinito para participar da divindade. Pelo conhecimento o EU se une com o ente divino, consegue a perfeição.
Na Gnose e nas religiões do extremo Oriente  não se encontram um Deus pessoal como em Israel onde Javé se revela e fala, um TU, por isso se fala na Gnose da grandeza inefável.
 (Hans Jonas: A mensagem do Deus estranho)



Flavio Josefo descreve no seu livro ¨História da guerra judaica¨  após a caída de Jerusalém no ano 70 d.C. como o exército Romano encontrava um suicídio coletivo na bastião de Massada,. Os sitiados tinham matado suas mulheres e crianças e si mesmos, uma lei que o judaísmo não conhece.

Àqueles que no início não quiseram matar seus parentes por causa da compaixã o líder Eleazar deu uma fervorosa palestra:

¨ Não a morte, a vida é uma desgraça para os homens. Pois a morte dá liberdade às almas e abre o acesso ao lugar puro, onde não há  mais sofrimento. Enquanto a alma está presa no corpo mortal, ela deve ser na verdade morta,  pois a ligação do divino com o mortal é contra a natureza. Mas só quando ela está livre do peso que puxa para a terra ela chega á verdadeira pátria, que fica invisível aos olhos humanos como Deus. A prova disso é o sono, quando a alma imperturbada do corpo goza do supremo repouso.

 Olhemos para os Índianos (no extremo oriente), estudiosos na filosofia: Esses homens nobres suportam a vida de má vontade como um serviço necessário devido à natureza e apressam-se a desligar a alma do corpo. Desejando o estado da imortalidade anunciam aos outros que querem sair deste mundo. Ninguém os impede, todos os  louvam e dão mensagens aos concidadãos eternos.¨ (Reclam, Leipzig 1994 p. 496)

Os gnósticos cristãos: Eles entendiam Jesus como salvador que revela o conhecimento de Deus à humanidade. Ele teria descido in forma humana. No entanto, não era verdadeiro homem. Não teria passado pelo sofrimento e pela morte.

 Afastaram-se de um Cristo encarnado na condição humana. Transformaram o Evangelho do reino em uma religião que não representa nenhum perigo às estruturas deste mundo, (Gass  Nr 8 p.95)

         8 Mani, (ca.216 – 277 d.C.) fundou o Manicheismo:

            O persa Mani conhecia o cristianismo e a Gnose e fundou o Manicheismo: 
Partindo de Adão, Jesus, Buda e Zarathrusta ele se entendeu como incarnação dos profetas, o único possuidor da verdade absoluta. Com 12 anos ele recebeu a primeira revelação como Muhammad. No Manicheismo como no Islam a autoridade do Profeta se funda num livro.


III O NASCIMENTO DAS IGREJAS

Adicionar legenda
 Jerusalém, mãe de todas as igrejas:
A palavra ¨Ecclesia¨ Igreja aparece pela primeira vez na carta aos Tessalonicenses, o primeiro documento escrito do Novo Testamento (1 Ts 1,1), no ano 50/51. Paulo usou o termo hebraico “quahal” que significa assembleia. O termo igreja é empregado no sentido de comunidade: igreja dos Tessalonicenses, igreja de Jerusalém (At 11,22 e 26), igreja de Antioquia.

 Os seguidores de Jesus, ¨os do caminho¨ (At 9,1-2) anunciam a ressurreição de Jesus,  primeiro em Galileia, depois em Jerusalém.  Pedro é a voz dos doze Apóstolos. Em Jerusalém se forma a mãe Igreja, ainda ligada ao templo e ao judaísmo. Estevão é o primeiro Mártir. (At 7)

Antioquia, a terceira maior cidade do Império (500.000 habitantes), acolhe o Evangelho. Lá os discípulos receberam pela primeira vez o nome de “cristãos” (At 11, 26). Paulo ficou lá um ano. Quando Paulo foi em Jerusalém pelos anos 50, Pedro estava lá e Tiago, que era da família de Jesus. Tiago foi o líder da comunidade de Jerusalém, não sendo um dos Doze. Depois do concilio em Jerusalém para tratar os assuntos da circuncisão e da lei de Moisés Pedro sumiu de Jerusalém (At 15) e foi para Antioquia.

 A Saul agora com o nome Paulo apareceu o Ressuscitado e começa a anunciar o Evangelho às nações quer dizer ao Império Romano, o mundo:
Paulo não conhecia a vida, palavras e as obras de Jesus, fala só da morte e ressurreição do Senhor e da sua vinda gloriosa. Não a Lei salva mas a fé em Jesus Cristo.  O que atraiu o povo de Tessalônica e Filipe foi o Evangelho de Deus: “esperar do céu, seu Filho, que ressuscitou dos mortos”,                                                             
Jesus, que nos liberta da ira futura (1 Ts 1,10). Deus manifestará sua ira contra a injustiça deste mundo. Antes de o fazer Deus enviará seu filho que salva os crentes, uma linguagem com ressonância política.
As cartas de Paulo são os primeiros documentos do Novo Testamento: 1 Tessalonicenses, Felipenses, 1+2 Coríntios, Gálatas, Romanos. As epístolas aos Efésios e, Colossenses e as epístolas pastorais são consideradas como posteriores a Paulo.

    As comunidades de Galáxia, Ponto e Bitinia, já mencionadas em At 2,8:
    A 1ª carta de Pedro fala desta região, o último documento do Novo Testamento. Esta carta tem duas partes 1- 4,11 e 4, 12-5. Pode pensar nos tempos finais do Imperador Domiciano, um tempo tranqüilo; mas 93 – 96 d.C. surgiu uma crise política, começou a perseguição dos cristãos e uma luta para impor melhor o culto ao imperador endeusado. Contrário a teologia de Lucas e Clemente esta carta e o Apocalipse mostram a vigência do pensamento apocalíptico (aparece cinco vezes na carta). O Apocalipse é um forte protesto contra o Império romano: A igreja aparece como um povo de mártires.
    A carta de Pedro mantém uma esperança viva para sustentar os sofrimentos porque vem o juízo de Deus contra os governantes deste mundo romano e paternalístico com seu clientelismo.
A Ásia menor foi berço e centro do culto ao imperador. (Ribla 29 p 97) A ideologia do Império (Paz Romana) culminava na paz dos deuses, representado no imperador: “Senhor e Deus”. Para as comunidades é o diabo que busca a quem devorar.
No Império a casa é estruturada paternalista, o pai manda em seus clientes (todos os moradores da casa são subordinados ao pai), é o mesmo sistema do Império, o imperador se chama “Pai da Pátria”. Todo mundo deve se submeter às autoridades.
  As comunidades se colocaram fora deste sistema, são democráticos (Gl 3,26-28) não ha mais escravos, homem – mulher... A carta é dirigida aos “estrangeiros residentes”, eles não pertencem à casa, ficam fora deste sistema, são “paroicos” (paróquia).
Estas comunidades se estendem no campo rural. Plínio o Jovem, 20 anos depois, chama elas uma “multidão de pessoas”. Esta “superstição perversa e desmedida” sacode a ordem; os templos pagãos foram descuidados, não há compradores para as carnes dos sacrifícios...
A atividade dos cristãos: reuniões matinais de louvor e a comida noturna em comum. Nas reuniões matinais os presentes reiteram um compromisso (Plínio usa a expressão sacramento) que não os obriga a nenhum crime, mas a manter um comportamento distante do roubo, do adultério, da infidelidade a palavra dada. Surge a promessa de não renegar o “depósito”, quando forem interrogados (cf. .1 Pd 3, 1-11). A comida deles é comum é “promiscuum” não há distinção entre origem, raça, lei, pai... Isto levanta suspeita e Plínio deixa prender duas escravas, chamadas “ministras” pelos cristãos. Parece que não tem ordem hierárquica nestas comunidades. Plínio relata ao imperador que tem listas sem assinaturas, que acusam aos cristãos. (Ribla 29 p. 100).

A origem da igreja em Roma é mais desconhecida. A relação entre Roma e Jerusalém estava estreita já desde o tempo de Herodes e os  seus descendentes. Havia em Roma uma colônia de mais de 40.000 Judeus. Os judeus gozavam de vários privilégios:  podiam reunir-se, coletar dinheiro para o templo de Jerusalém, não prestavam serviços militares e tinham seus próprios tribunais. O Império tinha cerca de 80 milhões de habitantes e uns 10% eram judeus. A igreja de Roma nasce provavelmente n os anos 40 pelos missionários de Jerusalém. (Ribla 29 p. 142) 
O historiador Seutônio relata que o imperador Cláudio expulsou de Roma judeus que provocaram tumulto por causa de um “Cresto”, 49 dC. Não sabemos nada, quando Pedro chegou a Roma, com certeza não foi bispo em Roma. A lista dos bispos de Roma é uma visão errônea.
Paulo escreve a carta aos Romanos em Corinto 54/55 d.C. (Rm 1 1-16) Aparecem 29 nomes, deles 6 homens e 7 mulheres que tinham  responsabilidade ministerial.
O Imperador Nero mandou incendiar Roma e culpou os cristãos (assim escreve Tácito). Foram executados com tormentos. É seguro que Pedro e Paulo morreram mártires em Roma entre 64 e 67.
Pode ser que a carta aos Hebreus foi escrita para judeu-cristãos de Roma. A carta de Clemente de Roma dos anos 90 elogia o Império Romano e disciplina a igreja dos Coríntios. Esta carta não faz parte do Novo Testamento. (Ribla 29 p 77 e p 148).

Marcos criou o primeiro Evangelho, conhece bem os lugares da Palestina e o berço da atividade de Jesus na Galileia. o Evangelho nasce na Palestina Siría antes da destruição de Jerusalém.
            Evangelho de Mateus foi escrito após a destruição de Jerusalém + 80 d.C. provavelmente na Antioquia, onde estava Paulo e Pedro. Pedro dá a esta igreja o forte testemunho  que Jesus é o Filho de Deus. O autor destaca (Mt 16, 16-19) a fé de Pedro, “pedra” sobre a qual se funda a igreja. Começa a polemica entre judeus e cristãos (Mt 23,35 e, 27, 15-25).
Lucas dirige o Evangelho a tal Teófilo que provavelmente representa o Império Romano. Por isso ele tenta desculpar os Romanos da morte de Jesus e joga toda a culpa sobre os Judeus. Ele também conhece a destruição de Jerusalém.
O último Evangelho do “Discípulo Amado”, em geral chamado João, surge no mundo sírio-palestino com traços helenísticos no fim do 1º século. O mundo hostil ao Evangelho são os judeus farisaicos e o Império.

Durante o séc. III ainda foi discutida a apostolicidade da carta dos Hebreus no Ocidente e o Apocalipse no Oriente.


         IV  A Igreja ilegal no Império Romano           

                           Símbolo das comunidades é um peixe: ichthys em grego

                                                                                             I Jesus 

                                     CH Cristo

                                   TH  de Deus  (theu)

                                         Y Filho (yios)

                                    S Salvador (soter)


                     Os Lideres

              Parece que durante quase um século as igrejas foram dirigidas por grupos animadores. Não sabemos exatamente o que significavam os nomes bispos, presbíteros, diáconos, mas não tem sacerdotes. A Didaqué (nos anos 100) fala também de profetas e mestres.
           O primeiro bispo conhecido foi Inácio de Antioquia, martir em Roma pelo ano 110. Ele escreveu várias cartas e fala bastante do papel de bispo, de anciãos e de diáconos. O bispo é aquele que fala inspirado pelo Espírito. As outras igrejas adotaram o mesmo modelo. Pelo ano 200 há um bispo em cada cidade (Curso popular da História da Igreja cp 4 p 20; Ribla 29 p. 42).
            Cada um procura mostrar que o primeiro da lista foi um apóstolo. Cada igreja tem uma notável variedade nas fórmulas da fé, na liturgia e na organização.
            No ano 190 o bispo de Roma, Vitor, já exige uma data fixa da Páscoa para todas as igrejas. Para muitos Vitor é considerado o primeiro Papa no sentido escrito (Ribla 29 p 156).

                 As Comunidades

           Os cristãos vivem muito unidos. Ser cristão é como entrar num mundo novo. Eles querem ser iguais a todos, não usam roupas diferentes, não tem comidas ou bebidas especiais. Os cristãos rejeitam todos os cultos pagãos, não podem exercer as profissões que implicam atos religiosos pagãos como: soldados, professores, sacerdotes. Não vão ao teatro nem ao circo nem aos templos, não praticam o aborto, nem expõem as crianças como fazem os pagãos, quando não as querem educar. Tudo isso faz com que os outros os considerem seres estranhos.
           
Todos os cristãos e cristãs eram missionários. Os lugares de evangelização eram oficinas, as lavanderias, as praças, a rua, o mercado, a feira. Patrões eram convertidos por escravos, pais pelos filhos e maridos pelas mulheres

                Os Mártires (testemunhas)

            Grande repercussão tinha o testemunho dos mártires: a multidão assistia quando os cristãos eram interrogados, julgados e condenados a morte. O testemunho dos cristãos impressionava tanto, que sempre alguns se convertiam.
            Por volta do ano 112 um cristão só deveria ser morto se fosse denunciado, em geral as perseguições foram localizadas. No entanto houve duas grandes perseguições: uma de Décio em 249 – 251 obrigando todos a dar culto ao Imperador, e outra em 303-311 sob Diocleciano.                                                                       




                                                                                                    
Naquela época os mártires ocupavam o centro da memória dos cristãos, foram celebrados como santos. Foram veneradas as sepulturas, conservadas as relíquias, e construídas igrejas no lugar da sepultura. As atas dos mártires escritas séculos depois mostram antes o fervor dos devotos do que a realidade dos fatos.

                 Batismo e da Eucaristia

            Os candidatos adultos entraram num catecumenato de três anos, aprendiam as verdades da fé e a prática das virtudes. Na quaresma lhes foi entregue o Símbolo da Fé e o Pai Nosso. Os catecúmenos renunciavam a Satanás, quer dizer às pompas do Império.

                 A Tradição apostólica:

            Na vigília pascal o batizando descia na piscina Batismal, tirava a roupa e o celebrante perguntou três vezes:
“Crês em Deus Pai omnipotente?
 Crês em Jesus Cristo, filho de Deus,nascido do Espirito Santo e da virgem Maria, crucificado sob Pôncio Pilatos, morto, no terceiro dia vivo ressuscitado dos mortos subiu aos céus sentado à direita do Pai que há de vir  julgar os vivos e mortos?
 Crês no Espírito Santo, na igreja santa e na ressurreição da carne?” e a resposta deles foi: “Creio”,

Os batizados foram ungidos com o Crisma e se vestiam com roupa branca, que usavam durante uma semana, receberam uma vela acesa. Na Eucaristia  os batizados recebiam o Corpo e Sangue de Cristo e tomavam leite e mel (Ex.18).

            V) A Igreja a religião do Império



Estima-se que depois de 300 anos quase 10% da população das cidades Romanas já eram cristãos. Cada cidade tem um Bispo. Ele preside o Batismo e a Eucaristia, prepara os catecúmenos e prega o Evangelho. Certos grandes Bispos merecem o nome de SANTOS PADRES

O Bispo era tido como sucessor dos apóstolos eleito pela Igreja local: nunca se pode impor a uma Igreja um Bispo que ela não quer. Apesar do Bispo tem Presbíteros e Diáconos.
Pouco a pouco os Bispos das Metrópoles adquiriam influencias sobre os Bispos da região. A liturgia, os símbolos da fé e as normas da igreja foram uniformizadas. Os Bispos das cinco cidades principais receberam o titulo de “Patriarcas”: Roma, Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém.
Aparece o termo: pagão, até agora aplicado aos moradores do campo, paganos, que em geral não foram batizados. Agora todos os não- batizados foram chamados pagãos...

1.     Constantino 312 

Filho da Helena (talvez cristã) Constantino luta contra  seu rival Maxentius.
Numa noite ele tem um sonho: aparece no céu um sinal da cruz e uma voz fala: “Neste
sinal vencerás”. Ele venceu o rival no ano 312. A cruz muda o sentido: a cruz até
agora sinal das vítimas,  vira a sinal dos vencedores. A igreja perseguida
 vira a  igreja perseguidora.
Alguns  falam  que  a  partir   de Constantino a igreja entrou  num exílio babilônico.
 
            Constantino como imperador deixa construir templos para os cristãos: em Roma a
Basílica de Latrão (mãe de todas as igrejas), na Terra Santa em Belém a Catedral a do Nascimento de Jesus, em Jerusalém em cima do Sepulcro de Jesus a Basílica Anástasis (ressurreição).
            A santa Cruz foi encontrada no dia 14 de setembro entre os anos 310-340. A exposição do lenho da cruz torna-se o principal atrativo da solenidade da dedicação da Basílica em Jerusalém. A partir de 324 a cruz será o símbolo do Império. Constantino já acha que o imperador é o representante ou o vigário de Cristo, ele é o Senhor do Império e da igreja. Em 321 ele introduz o Domingo (dia da luz).
Para unir ass igreja, que estavam divididas, ele convoca em 325 um Concilio para Niceia. Um ano depois escolhe Byzantio com o nome Constantinópolis como capital do Império. Para ele Roma estava cheio de idolatria.
            Os Bispos recebem uma posição privilegiada na sociedade, foram tratados como senadores e governadores da província, não pagaram impostos e não dependiam da justiça comum.
            Receberam os distintivos de poder civil: Mitra, anel e báculo significando o poder. Aparece uma casta privilegiada e distinta do povo: o clero. Os primeiros concílios foram convocados e financiados pelo imperador, para eles a igreja foi ponto da unificação.  
            Natal: Até precipícios do século III a festa do Natal era celebrada no Oriente, dia 6  de Janeiro, como o inicio das manifestações de Jesus. Em Roma, fixou-se o natal no dia 25 de Dezembro e isso já na metade do século IV. Quando aí foi introduzido, com toda a probabilidade ignorava-se a comemoração oriental. Escolheu-se em Roma o dia 25 de dezembro com o intuito de afastar os fiéis do perigo da idolatria, pois esse dia era consagrado ao deus Mitra, o “Sol invicto”. Tanto o rito oriental como ocidental comemorava no dia do Natal também o milagre de Caná e a multiplicação dos pães.
             A mudança de Constantino não foi uma conversão ao cristianismo, mas simplesmente uma mudança de religião, a igreja será competente para a salvação do Império, começou o tempo da cristandade. O imperador quis unir seu reino sob a mesma religião.
 Após receber o batismo morreu  22 de maio de 327.

2. A Igreja se torna a religião do Império:

            A igreja primitiva se tinha entendido como sinal do Reino e mediu o Império a partir do reino de Deus: Jesus é a contradição de Javé contra o Mamom. Jesus é a encarnação da aliança de Javé com os pobres.
            No ano 391 o imperador Theodosios declara o cristianismo como a religião do Império.
            Agora a igreja se entende como o reino de Deus mesmo e busca um bom relacionamento com o Império, ela se torna uma religião política do Império.A Igreja não só adaptou as estruturas politicas, mas também a ideologia, filosofia e moral do helenismo que dominava o Império.
Mas as igrejas tinham diferentes tradições e conflitos. Existiram as igrejas cristão-judeus, que seguiram a tradição da bíblia na Antioquia na Síria, fundada em 300 a.C.  e de outro lado as igrejas helenistas na Alexandria no Egito, fundada por Alexandre 332 a.C.  que adaptaram os pensamentos do helenismo com a sua filosofia e teologia
A igreja católica não será universal, só abrange o território do Império Romano, o limite no Oriente são os Partos, Persas, Árabes (At 2,11), nunca pacificados pelos Romanos. Lá continua a Igreja Síria do Este

3.     O  Helenismo na Alexandria, a tradição da Bíblia na Antioquia:

a)     A escola de Alexandria:

             Alexandria é centro da filosofia do Helenismo:
 Sócrates, Platão e Aristóteles criam uma filosofia onde na ponta da pirâmide fica um só Deus, Os atributos desde Deus: perfeito, onipotente, onisciente, eterno, infinito, isolado da história. Deus não precisa nem de um amigo e ele mesmo não pertence a um dono”.
  O direito natural <nómos>:.  As idéias são eternas, a matéria passa. A alma é indissolúvel, o corpo dissolve-se. O eterno permanece, o direito natural é imperecível, enquanto a história é variável e perecível.
Este conceito se concretiza na sociedade hierarquizada: Na terra o imperador representa este Deus, ele é Pai da pátria. A alma deve governar o corpo, isto é uma lei da natureza, o homem deve governar a mulher, o pai o filho, que só é um retrato do pai, o dono o escravo, ele é escravo de natureza.    
A filosofia grega a Gnose e têm influência no judaísmo tardio. Surgem várias teorias “teológicas” e alguns grupos começam também a querer reler o evento “Jesus de Nazaré” com os conceitos gnósticos, Jesus é o intermediário entre a humanidade e a divindade.

 A pergunta fundamental no Império foi: como ganhar a salvação.
A salvação acontece pela divinização do humano: o Filho de Deus se fez filho do homem para que o homem se torne filho de Deus (Ireneus).
 O Verbo, sendo Deus, se tornou carne para que o homem se torne divino.  Acontece uma troca de naturezas. (Atanasios). Jesus Cristo é o mediador entre a natureza não- criada e a natureza criada.

b)  A escola de Antioquia:

A escola de Antioquia guarda a tradição bíblica, que tem características da história: Importante é o sentir, pensar, querer agir da pessoa, Natureza em si significa para eles: eu decido, eu ajo, eu faço, o que chamamos hoje  em dia “pessoa”.
Provavelmente a comunidade judaica com seus estudos da Bíblia tinha influenciada esta escola. Ela explica a bíblia a partir do texto mesmo e da história e não busca um sentido espiritual. Javé Deus escolheu Jesus no batismo e pela sua vida e morte até a cruz Jesus se comprovou.  O comprovado, o “justo”, é aquele, que pela sua vida cumpriu a Torá, assim ele é comprovado na justiça. Jesus foi aceito por Deus na ressurreição como Filho de Deus.
 A salvação vem pela cruz e ressurreição de Jesus humano. Deus se fez homem para que o homem se torne verdadeiramente humano, Jesus é o novo Adão. Paulo escrevia aos Romanos (8,29): Ele é o primogênito de uma multidão de irmãos. Falar de Jesus como Deus seria para eles fazer de um Deus dois deuses. Mas na tradição bíblica Deus é um só.

4.     Os concílios de Niceia (325) e Constantinopla (381) 

           Para unir as duas correntes Constantino convoca o Concílio para Niceia:

         a)  O que: duas natureza: Deus e homem

           O Concilio de Niceia em 325,
. Se os fieis confessam a verdadeira humanidade de Cristo, temos duas consequências: Ou a gente nega a divindade de Jesus o que não é aceitável para a fé cristã ou a gente afirma a mutabilidade de Deus, o que não é aceitável para o pensamento grego.

O concílio decidiu diferente: Jesus é tanto deus quanto humano:  Jesus Cristo não é semelhante (homoiusios) a Deus, como Árius declarou,  Jesus Cristo é igual a Deus, (homousios, consubstancial) a Deus. (Jo,1,13,14,18).
Niceia afirma a divindade de Jesus apesar dos sofrimentos dele. Agora no Deus tem lugar para outro: o filho.  Isto é uma revolução, a superação do Helenismo, que não podia pensar que existe sofrimento em Deus, que Deus muda.

    A igreja e a teologia não refletiam as consequências desta definição: Deus permanece o deus dos filósofos e não o deus de Abraão, Isaac e Jacó, fica fora da história, despegado do mun, sem sofrimento, sem tomar partido pelas vítimas.
        Com esta definição está mudando também a importância de Deus Pai. Se o Filho sofre que é igual ao Pai, também o Pai sofre..

               O Concilio de Constantinopla 381
   Apoiando a escola de Antioquia o Concílio acrescenta:
¨Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos¨, Constantinopla destaca o agir de Jesus, ele foi ¨comprovado¨ pela sua vida, morte e ressurreição. A salvação vem do agir de Jesus. Deus se fez homem para que o homem se torne verdadeiramente humano, Jesus é o novo Adão. Paulo escrevia aos Romanos (8,29): Ele é o primogênito de uma multidão de irmãos
Também foi definido que o Espírito Santo é Deus, uma pessoa: Senhor que dá vida.

O Símbolo Niceno - Constantinopolitano:

Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho unigênito de Deus,
Nascido do Pai antes de todos os séculos,
Deus de Deus, Luz da Luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro:
Gerado, não criado, substancial ai Pai.
por ele todas as coisas foram feitas
e por nós, homens, e para a nossa salvação
desceu dos céus e se encarnou pelo Espírito Santo
no seio da virgem Maria e  se fez homem.


          b). O quem: uma pessoa em duas naturezas

 Iheodor de Mopsuéstia (350-428) insiste no mistério da unidade de Deus e do homem. Natureza de Deus e a natureza humana tem um prósopon (face). Como se realiza a ligação de um com o outro não importa, é o mistério de Deus. Os dois se unem num só pelo amor e obediência. Deus e homem são como unidade de dois sujeitos.
Para Nestório, que era um nativo de Antioquia e Patriarca de Constantinopla 428-431 a unidade em Cristo é uma graça, uma ligação ao Verbo. Verbo e homem, Jesus, são perfeitas naturezas com o conhecer e querer. São ligados como um. Nestório evita chamar Maria de Mãe de Deus para destacar a plena encarnação, por isso ele chama Maria Cristótokos. Cirilo, Patriarca de Alexandria, foi seu rival.

 O Concílio de Éfeso 431:
 Para terminar estas discussões o Imperador convidou para um Concilio em Éfeso no dia de Pentecostes 431, Cirilo com 40 bispos, o seu patriarcado, chegaram na hora, o patriarca de Antioquia João e os legados de Roma ainda estavam viajando, Cirilo abriu sessão com 150 bispos e condenou Nestório e João. Foi definido:  Maria é Mãe de Deus.
  .
           O Concílio de Calcedônia 451:
O imperador Marquiano chamou de novo para um concilio em Calcedônia com a intenção de reunir os contraentes. Mais ou menos 350 bispos participaram, entre eles três delegados de Roma com uma carta do bispo de Roma de Leão e dois delegados da África.
O concílio devia definir que Jesus é verdadeiro homem contra o perigo de divinizar Jesus. Atanásio da escola de Alexandria considerou a unidade à custa da alma racional de Jesus. O Verbo é portador de tudo o que o Cristo fala. Assim a natureza divina diminui a natureza humana.
Até o século VII tinha dúvida, se Jesus tem vontade própria.
¨O Filho, nosso Senhor Jesus Cristo é o uno e o mesmo...ele   é perfeito na divindade, perfeito na humanidade, verdadeiro Deus, verdadeiro homem, Ele mesmo de alma racional e corpo é consubstancial (homoousios) ao Pai secundo a divindade, consubstancial conosco secundo a humanidade, semelhante a nós em tudo menos do pecado (Hb 4,15).
O Unigênito existe em duas naturezas, sem mistura, sem divisão. Nunca a diferença das naturezas é abolida por causa da unificação, mas guardada a propriedade de cada natureza enquanto as duas se encontram em uma pessoa  (hypóstasis). Nós confessamos um Senhor, o uno e o mesmo Unigênito Filho¨.. A divindade não ajuda à humanidade de Jesus, a humanidade age por conta própria.
A unidade das duas naturezas em si separadas não é uma terceira unidade, mas se chama prósopon - pessoa ou hypóstasis – subsistência.  O “Quem” não é simplesmente o sujeito Jesus, mas o ponto, onde se encontram Jesus e o Verbo.


5. Começa a influencia de Roma.

 O bispo dela, Leão, não envolvido na briga do Oriente podia unir as duas posições. Com Leão os Romanos argumentam: o nascimento do Filho Eterno no tempo foi necessário para salvar-nos do diabo, Jesus nos libertou pela cruz. Cada natureza faz o que é dela: Jesus deve ser Deus e homem para pagar a culpa do homem e restaurar a justiça de Deus.
Leão I fala de duas naturezas e de uma persona (pessoa), uma fórmula que já usava Tertuliano e Agostinho.
 Agora o bispo de Roma se vira patriarca do Ocidente. Dizia-se: “Pedro falou pelo Leão”. Para significar a origem de Jesus Cristo pode usar o termo natureza, é sua natureza divina. Para descrever a relação de Jesus histórico com o pai  usa-se melhor o termo pessoa.
Leão é marcado pelo pensamento romano, que significa ordem e justiça. Jesus é deus e homem para restituir o plano divino, que foi destruído pelo pecado do homem e precisa ser restaurado pela cruz do salvador.
         Neste Concílio se separou a igreja santa apostólica católica síria do Oriente da igreja do Ocidente, de Roma.

        O III Concílio de Constantinopla (681) reafirmará Calcedônia falando da vontade humana de Cristo e da sua liberdade,  que é sempre submissa à  vontade divina.
Como ser humano Jesus segue livremente a palavra, falada a ele, que ele mesmo é. Nesta obediência ao verbo da fidelidade de Deus aos homens ele é a salvação.


                 O conceito de Deus no mundo romano:

Para os Romanos faltam deuses pessoais: são poderes superiores. O divino é “Numen ou Fatum” um poder superior que coloca o direito. O divino é uma ordem imposta ao homem, é u  m “fatum” um destino. O mundo Romano é jurídico, é direito e poder.
Religião significa re – ligar – se à justiça dos deuses. “Pietas” é a maior atitude religiosa. Piedoso é aquele que cumpre a justiça divina. Quem pratica o direito e a justiça, está na paz com os deuses. Os romanos não podem imaginar que Deus pode perdoar, seria contra a justiça, precisa uma restituição. Lucas critica um Deus que pune (Lc 17,11-32) Estas ideias que exigem a ordem jurídica valem até hoje.
A justiça divina exige restauração da ordem. Na carta de Clemente já foi argumentado, que a comunidade de Corinto deve recolocar os presbíteros destituídos para restituir a “ordem mundial e eterna”.
No conceito dos sacerdotes sadoquitas encontramos convicções semelhantes: o pecado, consciente ou inconsciente, deve ser perdoado pelos sacrifícios.

O cristianismo da África é a terra natal de Tertulliano, Cypriano e Agostinho. Agostinho nasceu 354 no Norte da África, teve um filho Adeodato, foi advogado chegou a Milão onde encontrou o Bispo Ambrósio Agostinho foi batizado por Ambrósio na Páscoa de 357. Agostinho voltou para a África e ficou Bispo em Hipona até o fim da sua vida em 430.
Agostinho seguiu os pensamentos do Platonismo que despreza o corpo e valoriza a alma, mas Agostinho assumiu também a ideologia Romana:
A justificação: O ser humano é mau, do nascimento até a morte é corrupto e pecador, só Deus pode salvar e fazer justiça, pecado é desobediência e revolta contra a lei divina eterna. A ordem divina deve ser restituída, isto exige a justiça.
Quem pode pagar a culpa? Só o mediador Jesus por seu sacrifício na cruz. Pela morte na cruz Jesus apagou o pecado.
Agostinho reflete Romanos 5,12 na tradução da Vulgata, onde se lê: nele (em Adão) todos pecaram e assim o pecado atingiu todos os homens.
 Portanto para Paulo Adão é uma figura coletiva de todos os homens. Por que todos pecaram, assim a morte (não o pecado) atingiu todos os homens.

Agostinho pensa que em Adão todos pecaram, isto é o “pecado original”, Adão perdeu a graça, só fica a criatura com a concupiscência que é mais forte que a vontade. Toda a humanidade é uma massa “danada”. Como Jesus é filho de Deus e no mesmo tempo homem, ele podia pagar a dívida nossa na cruz. 

Predestinação: Mas quem pode participar da salvação? Aquele que é fiel e pratica a justiça? Não! Por causa do pecado original o homem não pode fazer nada. Deus predestina para a salvação, Deus predestina também para o inferno? Não, o pecado causa o inferno. No caso da criança não batizada o pecado original causa o inferno. Agostinho tem diante de si a grande ordem divina com os anjos. Uma parte dos anjos se revoltou. Deus predestina tantas pessoas para a salvação quanto Deus precisa para a restituição dos anjos revoltados. O resto do mundo fica massa danada. A salvação que Jesus mereceu acontece pela Igreja e os Sacramentos.
Agostinho influenciou com sua teologia toda cristandade.

 Os argumentos de Anselmo de Canterbury (1093-1109) na idade média. Ele escreveu um tratado com o tema: Porque Deus homem? A justiça de Deus foi ofendida pelo pecado do homem. Um homem não pode restituir esta ofensa a Deus. Só igual a igual pode fazer justiça. Por isso Deus se fez homem. Jesus como Deus pode restituir a justiça, porque no mesmo tempo ele participa da humanidade e carrega o pecado, que ofendeu a Deus.
   
Fora da igreja não tem salvação: No apogeu de seu poder, na idade media, em meio das cruzadas o Concilio do Latrão IV (1250) definiu que ninguém fora da igreja católica, nem pagão, nem judeu, nem muçulmano pode participar da vida eterna mas vai paras o fogo eterno.
Os Fariseus de Jâmnia já tinham excluídos os cristãos da sua comunidade. Não causa surpresa, que o Islã de hoje persegue os infiéis com fogo e espada.


  VI.  ”A Igreja santa, apostólica, católica assíria do Oriente”

a)      Historia
             Nestório era um nativo de Antioquia e Patriarca de Constantinopla 428-431 Nestório evita chamar Maria  ¨Mãe de Deus¨. Para destacar a plena encarnação ele chama Maria Cristótokos. Cirilo, Patriarca de Alexandria, foi seu rival. No Concílio de Éfeso 431 Cirilo abriu sessão com 150 bispos e condenou Nestório e João. Foi definido:  Maria é Mãe de Deus  No Concílio de Calcedônia 451 se separou a igreja santa apostólica católica síria do Oriente da igreja do Ocidente, de Roma.    

Eusébius de Caesarea não descreveu a  igreja do extremo Oriente até China. De Jerusalém, Síria, Mesopotâmia os missionários seguiram a estrada real, conquistada por Alexandre Grande. O nome Kandahar se deriva do nome Alexandre.

 Foram 7000 km até o coração de China. Éfeso até Antioquia 800 km, até Edessa só 270 km, até Atenas 1300 km, até Roma 2500 km, até Paris 3200 km, até Bagdad 1000 km, até Teherã 1600 km, até Merw 2250 km.
      A igreja do Oriente se fundou nos restos do Império dos Persas, nos caminhos das conquistas de Alexandre. Em geral pensa-se que a igreja assíria se espalhou a partir de Anitioquia na Síria, a terceira maior cidade do Império Romano. A igreja na Síria engloba as terras entre Egito, Golfo Pérsico e as montanhas de Armênia do Norte, incluindo Israel, Jordânia, Síria, Iraque, com foco de uma cidade de Edessa a oeste numa distância de 270 km de Antioquia, do rio Eufrates. O povo judeu faz parte desse mundo sírio. 
No contexto mesopotâmico surge o evangelho de Dídimo Judas Tomé, Tomé é o apóstolo da “sabedoria secreta”, transmite a atuação fundamental de Jesus: suas palavras são de cotidiana sabedoria. O reino de Deus está dentro de nós. 
Neste mundo emerge o “Diatessaron” de Taciano, “uma harmonia de quatro Evangelhos”. No ano de 170 ele elabora este Evangelho em Grego Siríaco: “Não somos criados para a morte”. Os cristãos sírios são sensíveis para com os sofrimentos dos mais pobres. 
O maior teólogo do cristianismo sírio é Efrém, (306? - 373) um “mestre”. O termo chave de Efrém é o paraíso. A história começa com paraíso primordial e termina como paraíso final, mas não como um céu, mas como uma nova terra. Ele não segue a antropologia platônica ou gnóstica, a salvação está ligada ao corpo. A igreja da Síria sempre guardava os pensamentos judaicos.

Expansão da igreja síria
A partir da igreja síria se espalhou o evangelho no Oriente até China, uma igreja viva até a idade média. A historia da igreja persa está ligada à rota da seda e espalha-se por todo o oriente e professa a fé nestoriana.

      Um primeiro reino cristão com Edessa surge em torno de 200 d.C. Os povos dos Armênios e da Geórgia aprendem o alfabeto pelos monges. Missionários de Síria foram para o Egito. Núbia ficou do século VI até o século XV um reino cristão. No sul da Turquia se enontra o monastério Mar Gabriel, até hoje sírio­-ortodóxo.

   A rota da seda: No final do século III havia duas estradas, uma de Antioquia a outra de Palmira mais no Sul, a rota ulteriormente usada pelos comerciantes da seda. O primeiro carregamento de seda da China chega a Roma por volta do ano 270 dC. A caravana tinha atravessado 6.400 km de Xaan, capital da China. Traz seda e porcelano, leva vidro, algodão e pedras preciosas.    
A travessia demora anos. Junto com o comércio vêm as ideias. Os monges budistas marcam a rota, abrigando-se nas cavernas rochosas ao longo do caminho e deixando aí afrescos e pinturas. O cristianismo alcança a China,

            Merw no Sul do Turcomenistão foi a base da missão para a China, tinha desde 420 um bispo, 544 virou metrópole. Os eruditos conheciam Aristóteles. Em torno de 500 d.C. a escola de Merv traduziu obras importantes do grego nas linguas de Ásia.



                    
Padres nestorianos em procissão no Domingo de Ramos 
Pintura  do século VII ou VIII em uma igreja nestoriana na China  

   Em torno de 600 a China conhece o cristianismo. O bispo Adão (782) ajuda um monge de Budda na tradução. O bispo Adão foi o líder da igreja na China A igreja crescia na India do Sul. Foi encontrada uma chapa de cobre do IX. sec. Em torno de 1000 a Ásia tinha 17 - 20 milhões de cristãos, Europa em torno de 25 – 30 milhões                                          

  Em torno de 800 chegaram os Nestorianos e Jacobitas em Basra e Mossul. Nisibis (séc. VI) foi o centro da cultura romana, greca e pérsia, onde se guardavam as sciências da antiguidade que foram traduzidas para o árabe. O bispo Severus “Sebokt de Nisibis” escreveu sobre o kosmos, eclipses, geometria, Aristóteles etc. Ainda no sec. XIII se chamam Nasraje (nazarenos), Jesus é Jeshua. Roma olha para Pedro, Mesopotâmia para o Cristo.
   Entre 640 e 740 6 Papas vieram da Síria, João Damasceno foi o último dos Santos padres “gregos”.

Timóteo em 780 dC. tornou-se patriarca da igreja do oriente com sede em Seleuquia na Mesopotâmia, no mesmo nível com Roma e Constantinople, ele representou um quarto do cristianismo mundial. Le moreu 823 com 90 anos, foi contemporanei de Carlos Magno que800 foi coroado imperador do Império Romano. Começou a aliança da igreja com o estado.Inglaterra tinha duas metrópoles, Timóteo tinha 19. Até o seculo XIII Mesopotâmirepresentava uma cultura cristã como França ou Alemanha.

  Timóteo vivia num mundo, onde os Muçulmanos ocuparam o poder político, mas os cristãos mantinham o poder cultural. (“A noite 1001” no califato Harum-al Rashid). 
Foram os cristãos, que transmitiram Aristoteles para o mundo árabe (de lá para Europa). Timoteo mesmo traduziu Aristóteles para o árabe. Cristãos falaram do sistema dos números da India, mas sem o número 0 zero, o que nós conhecemos como números árabes.
Na igreja de Timóteus haviam muitos encontros com os musulmanos. Timóteus, o católico tinha amizade com o califo. Os cristãos tinham um papel importante na cultura do Islã. O árabe cristão Hunayn traduziu ass obras de Platão, Aristóteles, Hippókrates e Galen.

Mesopotânia de norte foi Ponto principal foi Edessa, onde os Romanos fecharam a unversidade. Os lideres dela foram para Nisibis. ¨Edessa escureceu, Nisibis esclareceu¨. 
China: A primeira missão para China aconteceu no ano 635.Missionários chegaram a capital Chang´an.
 Índia: Já no II sécula o cristianismo estava conhecido.Em torno 425 esutamos de um sacerdote, que traduziu a cartaa aos Romanos para a lingua ssíria.

 (Pilip Jenkins: Das goldene Zeitalter des Christentums, Herder 2010)  
 (www The hístoryof the nestoriaan church).



           b) A Teologia da Igreja assíria:


        


            A Igreja assíria tem suas raízes na corrente da escola de Antioquia. Não se pergunta sobre a essência, a natureza de Deus, isto é a preocupação da escola de Alexandria, a pergunta é, como Deus age na história. O nome de Javé: ¨Eu estarei (com vocês) como eu estarei¨ explica bem como Ele age na história de Israel. O cristianismo assírio não estava envolvida na controvérsia dos concílios no Império bizantino, seguia seus próprios caminhos.


        Aphrafat (ca.270-345) e Ephraem desenvolveram uma Cristologia dos nomes de Jesus. Os nomes de Jesus revelam, como Cristo é: é o nome de Deus encarnado. Theodor de Mopsuestia (350-428) destaca o mistério da unidade, como esta unidade é, não importa, fica um mistério.  Nestórius destacou bastante a divindade de Jesus, mas não à custa da humanidade. Jesus age pelo Espírito Santo. Faltava uma explicita teologia da terceira pessoa para replicar a recompreenção de uma cristologia moral, ética.


Ephraem (303-373) a encarnação é chave para entender a salvação: O Verbo vestiu a humanidade: ¨Tu vestiste nossa humanidade. O batismo significa: vestir Cristo. O ser humano encontra a salvação seguindo o Cristo, vestido de Espírito Santo.

Árabes cristãos nos tempos dos Omajjadas 661-750

 O lider foi Mu´âwiya (642-682) ele se chama ¨ábd Allâh¨,- servo de Deus-, quis reunir os árabes cristãos da Síria ocidental com os árabes orientais. Entre 656-661 haviam vários conflitos entre as tribos árabes, especialmente na península árabe. Apesar de não conseguir de a reunião Mu´âwiya foi chamado homem da paz. Abda al Malik ( servo de eDus) a partir de 682 tentou reunir esse grupos na esperança da vinda do Senhor e do seu reino. Para reunir as várias denominações com diferentes dialetos foi necessário formar uma língua árabe por escrito. A língua na grande Síria foi o aramaico durante mais de um milênio A língua árabe se desenvolveu a partir do aramáico, provavelmente com uma gramática no final do VIII século. A palavra ´Qur´ân  vem do aramaico e significa; ¨o que a ler´, recitação.

A igreja síria se fundamenta sobre duas colunas;

 1, A profissão de um só Deus, o criador, separado da criação, mas  voltado à criação. Espírita Santa, o lado de Deus, voltada à criação. Deus é pensado trinitário,  reunido em    2.O seguimento de Jesus não é um conceito ético ou moral, mas é a graça de Deus, doada da Espirita Santa.

                                               




 VII) O Islã
          História:

Conforme historiadores muculmanos o  Maomé nasceu mais ou menos 570 em Mekka, foi comerciante, conhecia Arábia e Síria, Naquela época houve  muito medo do fim do mundo e do juízo final.  Todo o Islã pergunta como seria o destino final do homem e do mundo. Maomé tinha 40 anos  quando pela primeira vez ouviu a voz de Deus. Quem falou para ele numa gruta perto de Mekka, foi “Ilah”. Com o artigo “al” surgiu o nome “Allah”, no Hebraico “Eloah”.   
            Nas suas viagens ele conhecia a Bíblia dos Judeus (AT) e o Evangelho dos cristãos (NT). Sofrendo do politeísmo dos árabes ele escreveu as revelações de “Ilah” no “al-Quran” o Corão, (que significa recitar, falar), dividido em 114 “Suras” (capítulos). A Sura é dividida em “Ajat”. Os contemporâneos em Mekka desprezaram o “ultimo Profeta”  auto-suficiente e ficaram com seus deuses locais. Só 622 dez anos antes de sua morte, quando emigrou para Medina converteram-se muitos árabes a “Allah”. Os judeus que se opunham foram massacrados. Ao contrário de Jesus Maomé não desprezou a espada. Em 630 ele conquista de novo Meca e purifica o Santuário da Caaba.                                                                           (Andreas Goetze) 
A historiografia islámica se relaciona com uma literatura escrita 200 anos depois dos acontecimentos. Fontes contemporâneas do sec.VII não existem.

            1. Os Árabes

Os Atos 2,11 mencionam os Árabes. Já no Apocalipse (9,14) o limite do Império Romano era o Eufrates. Precisava se proteger contra os reis bárbaros orientais, os Partos.   Os árabes como nômades  foram organizados em diferentes tribos. Até o VII seculo não se falava do povo árabe, foram grupos que vieram do deserto, chamados ¨Saracenos¨ no Império Romano, também chamados ¨Ismaelitas¨ (da tribo de Ismael). Aqueles que se tornaram sedentários assumiram a cultura greco-aramáico com o judaismo ou  cristianismo.                                                                                                                                                   
A dinastia dos Persas 226 seguiu a os Partos até 622. As  igrejas do Oriente sempre estavam apertadas entre os impérios dos bizantinos e persas Os Persas conqistaram partes da Àsia menor, a Síria, 614 Jerusalém, 618 Egito e chegaram até Chalcedon. Mas os Bizantinos em aliança com tribos árabes reconquistaram a Àsia menor no ano 622, uma vitória inesperada da cristandade sobre os pagãos. Os Árabes como aliados dos Bizantinos ganharam independência dos persas.  622 se tornou ano 1 depois dos Àrabes. Os Árabes ganharam sua autonomia com ajuda dos Lámidas em Al Hîra.

       A importância de al-Hîra:      

         Al-Hîra em vez de Meca:
       Al-Hîra estava situada no Eufrate no oeste de Mesopotâmia, capital dos Lamidas, bem organizada, centro de comércio, em redor muitos mosteiros, no início do V século ponto de partida para espalhar a fé no oriente. Apesar disso al-Hîra foi cemtro da poesia áraba. Historiadores muçulmanos relatam que Muhamad se retirou numa cova com o nome ´Hirâ´. Os batizados se chamavam ´Abd Allâh´, Servo de Deus.
          O título ´servo de Deus´se tornou uma palavra chave da igreja oriental, fundamentado no quarto canto do Servo de Javé e na carta aos Filipenses . Deus assumindo a condição de servo (Fl 2,7). Se em Cristo está perfeito o Espírito Santo, ele é o ´Filho de Deus´.
         Os árabes podiam assumir a fé crista por causo do monoteismo, a ideia de um homem santo, possuido pelo Espírito, libertação é possível pelo Espírito Santo,, a comprovação pela vida, obediência ao ´muhammad´, o ecolhido, o louvado (para os cristãos Jesus, mais tarde Moamê), esmolas.
       
Os Omajjadas 661-750 em Damasco: Árabes cristãos

 O lider foi Mu´âwiya (642-682) ele se chama ¨ábd Allâh¨,- servo de Deus-, escolheu Damasco com residência como defensor dos lugares sacrados (João Batista)..O alvo era reunir os árabes cristãos da Síria ocidental com os árabes orientais. Entre 656-661 haviam vários conflitos entre as tribos árabes, especialmente na península árabe. Apesar de não conseguir a reunião Mu´âwiya foi chamado homem da paz. Foram encontradas moedas com a inscição: ´Cion´. Zion como lugar da volta do Messias. Os cristãos árabes se entenderam como o verdadeiro Israel. Os novos dominadores árabes de al-Hîra se chamavam ´abd Allâh´, servos de Deus

 Abda al Malik ( servo de Deus) a partir de 682 tentou reunir esse grupos na esperança da vinda do Senhor e do seu reino. Para reunir as várias denominações com diferentes dialetos foi necessário formar uma lingua árabe por escrito. A lingua na grande Síria foi o aramaico durante mais de um milênio A língua árabe se desenvolveu a partir do aramáico, provavelmente com uma gramática no final do VIII seculo. A palavra ´Qur´ân  vem do aramaico e significa; ¨o a ler´. Várias palavras no Qur´ân (¨o que há de ser lido¨) são aramaicas. . Precisava reunir o seu império numa só lingua, primeiro na administração, depois na ciência, os esritos religiosos ainda ficavam sagrados e não foram traduzidos.
692 Abda al Malik deixou construir a basílica da rocha em frente da igreja Anástasis com a epígrafe: ¨Esta basílica foi construído pelo servo de Deus Abd Al-Malik Ibn Marwân no ano 72¨ (694).  Esta basílica, no estilo da Hagia Sofia em Constantinopla, foi sinal da esperança na vinda do Senhor e dos tempos messsianicos. Malik fundou a igreja árabe em contraste com a igreja byzantina. Várias moedas têm a inscriçcão com o título ¨muhammad(un)¨, não um nome próprio, mas ¨ Louvado seja¨, (Mt 21,9; Lc 23,35;) ou  o escolhido¨. Naquele tempo se esperava a volta de Cristo, o ¨muhammad(un)¨.

Fora da basílica está inscrito: ´Não há outro deus fora Allâh´, e ´Muhammad´ louvado o enviado de
Allâh´.  Os possuidores da Bíblia devem ser unánimos, ficar em paz (islam), isto ainda não significa a nova religião do Islã.



                                              
                      O domo da Roch, também conhecidoMesquita de Omarou Al Aqsa                                                   

        2. Os Abbâsidas 750-1258: o Islã, religião do estado:

A esperança na vinda do Senhor e do seu reino não se realizou, houve uma grande desilusão. Veio da Pérsia no leste um novo movimento apocalíptico: vem a virada final; Deus descobre  o sentido da história do cosmo e revela o mundo novo. O que acontece na história é predestinado, vem a salvação dos fies. No leste de Mesopotânia dominava o Parsismo como religião do estado (226 – 651), fundado já por Zarathustra e marcado por um dualismo entre o bem e o mal. Apesar disso o Manicheismo (Mani 216-277) influençiou o pensamento ensinando que o conhecimento salva deste mundo. Mani chegou a conhecer o cristianismo e a gnose e se entendeu como concluidor de Jesus, Zarathusta e Buddha.
As tropas persas árabes dos Abbâsidas tinham derrotado os Omajjadas 750, al-Hîra estava em decadência. Precisa acelerar o fim do mundo, por isso a luta ativa contra os inimigos, - os Omajjadas-, ¨gihâd¨ significa: ser um martir ativo. O zelo dos ¨al-Muhammads¨ incitava para a luta final para a introdução do paraiso. Existem indícios que o nome Muhammad agora  se relacionou com o profeta Muhammad de Meca. A palavra ¨islam¨ ganha o sentido ¨submissão¨.

Na literatura islâmica aparecem quatro califas, o número quatro apresenta a ordem do mundo. O primeiro ¨Abu Bakr¨, o primogênito, depois ¨Umar¨ que gosta a vida.  O terceiro califa Utmãn (644-656) conforme a tradição islâmica ficou responsável pela primeira edição do Qur´ân. Mas demorou 200 anos até um canon autêntico foi elaborado no 9./10. século. O quarto califa foi ¨Ali¨.
O santuário de Medina já foi construído 756 (madîna: lugar do juízo). Meca já foi antigamente um lugar de veneração com a Ka´ba, uma pedra preta, se tornou o santuário central em vez da catedral de rocha em Jerusalém. Abraão foi o primeiro muslim.



A Kaaba em Meca é a casa da reunião e proteção, ela é o lugar de Abraão, quando Allah fez aliança com Abraão e Ismael.eles suplicavam: “Senhor aceita-nos na tua graça, porque Tu ouves e sabes tudo. Senhor, faze-nos devotos muçulmanos e nossos descendentes um povo devoto. Deixa surgir no meio deles um enviado (Maomé), (2, 128 – 130)”.  É na direção desse local que os muçulmanos se viram cinco vezes por dia para rezar, e é o objetivo de todo muçulmano devoto fazer uma peregrinação até a Caaba pelo menos uma vez na vida. Para os muçulmanos de todo o mundo, o local mais sagrado da terra é um santuário quadrado, coberto de preto, chamado Caaba, que fica no centro do pátio da mesquita de Meca.
               Cabem até 300 mil muçulmanos na mesquita de Al-Haram, onde eles cercam a Caaba, o lugar mais sagrado do Islamismo, em seu simples formato de cubo. Durante a maior parte do ano, o cubo fica coberto por um enorme pano preto de bordados dourados, o kiswah. É na direção desse local que os muçulmanos se viram cinco vezes por dia para rezar, e é o objetivo de todo muçulmano devoto fazer uma peregrinação até a Caaba pelo menos uma vez na vida.
Precisava reunir os árabes na Síria, na maioria cristãos, com a nova religião. A nova religião se entendeu como continuação, confirmação e perfeição da Torá e do Evangelho.  Assim foi mais facil de reunir as diferentes tradições e integrar os cristãos  na nova religião.

         3.  O Qur`ân, ¨O que há de ler¨, o livro dos livros:

 O Qur´^an deve ser lido, mas no mesmo tempo é uma palestra que deve ser ouvido. O árabe se deriva do aramáico e muitos frases, - os lugares escuros do Qur´ân -, só dão sentido a partir do aramáico Conforme a tradição islâmica o califa Utmãn ficou responsavel pela primeira edição do Qur´ân. Mas demorou 200 anos até um canon auténtico foi elaborado no 9./10. século.
 Torá e Evangelho foram falsificados, só o Qur´ân é a ultima revelação e  o texto árabe é divino, já existia desde sempre no céu na língua árabe.  Para os Islamistas o Qur`ân deve ser interpretado a partir da vida de Muhamad, mas o contrário seria certo.. Indícios deixam a probabilidade que a composição do Qu`ân seguiu o Diatessaron.
         O Qur´ân une varias tradições de diferentes  tempos.
Os Abbâsidas forçaram a união dos àrabes através da nova religião, do direito, da ciençia, da gramática árabe, do estado teocrático. Os abbâsidas não são mais servos de Deus, mas representam Deus mesmo com o direito de realizar a unidade por qualquer motivo. Começa uma dura polémica contra os Judeus e os Cristãos, começa a perseguição dos infies.

         Cinco temas centrais no Qur´ ân:
1.      A profissão de um só Deus.
2.      Rigorosa separação entre fies e infies, não há tolerância.
3.      A diferença brutal entre céu e inferno.
4.      Medo do juizo final.
5.      A ressurreição dos mortos. Paralelas com o Apocalipse de Joâo.

A primeira “Sura” do Corão:
Em nome de Allah do todo misericordioso: Louvor e glória a Allah, 

Cinco obrigações

            a-  Profissão da Fé;
            b-  Cinco vezes por dia oração;
            c-  Esmola ou caridade;
            d- Jejum: durante o nono mês do ano lunar a partir do sol nascente até o sol poente        
            e-  Uma vez na vida uma peregrinação para Mecca.
 

 Palavras chaves

            1º Mesquita: “Lugar de submissão”, é uma casa de oração voltada para Mekka, um lugar público onde os muçulmanos se encontram, descansam e dialogam. Não tem hierarquia ou sacerdotes, o islã é uma  religião de leigos. Quem ensina o Corão é o “Imam”.
            2º “Jihad”: significa o esforço, a procura. A nona Sura começa sem o titulo “todo misericordioso”.  Existe o grande Jihad: a luta contra todo o mal dentro da pessoa e o pequeno Jihad é a defesa (com armas) contra os agressores. Os cristãos traduzem Jihad como “Guerra Santa”.
            3º Sunitas e Xiitas: mais ou menos 90% dos um bilhão dos muçulmanos são Sunitas, que seguem a tradição de Maomé e a tradição dos peritos. A Suna é o conjunto de preceitos e obrigações do profeta e dos seus seguidores, os Califas. Os Xiitas só aceitam a tradição de Maomé.
O Sufismo é uma corrente mística que acha supérfluo as leis casuais que impedem o acesso a Allah.
4º Sharia: é o código das leis e sentenças judiciais para a vida individual e estadual. A Sharia foi desenvolvida após a morte de Maomé. Muitos governos islamíticos querem impor a Sharia a todos os cidadãos e assim criar uma Teocracia.
           5º Muçulmano: o fiel que se entrega totalmente a Allah.
           6º Kismet: destino, fado. Alláh pode fazer o que quer: um  certo fatalismo.
           7º Islã: se enregar, se submeter

Uma nova interpretação da fé:

Deus: O ser unido, conectado ¨tawhîd¨.

 ¨tawhîd¨: derivado de: ¨w-h-d¨ significa conectar, fazer uma unidade: o deus trinitário é unido numa conexão pelo Espírito Santo. O ¨abd Allâh¨  (servo de Deus)é a encarnação de Deus pelo Espírito Santo, Deus se vestiu da carne humana. Jesus está conectado a Deus. Sem esta fé não tinha uma celebração sacramental, a ceia do Senhor seria só um memorial. Jesus é portador do Espírito desde sempre. O Espírito Santo transmite a graça de Deus no fiel para viver uma vida diferente no mundo.¨Em Jesus eu sou unido com a salvação¨.

Esta profissão une um Deus criador e salvador com Jesus e o Espírito Santo, não no sentido helenístico com a tentação de criar dois deuses, nem no sentido modalístico como se existisse primeiro pai, depois filho, depois Espírito santo, nem com Arius que nem pensa numa ligação de Deus.
Só na teologia islâmica o termo ¨tawhîd- conectado pegou o sentido ¨wahid¨ um único e não mais o sentido: fazer um. A Sura 112 confessa um só Deus: V 1 ¨Diga: Ele é Deus, um único¨  V 2 ¨Allãhu s-samado¨ Deus, completamente ele mesmo. O verbor s-m-d significa unir, conectar, ligar, juntar. O substantivo significa: a Junta (dos bois).
 Isto combina com a teologia trinitária da igreja síria, que fala de um Deus conectado, unido pelo Espírito Santo. V 3: Nem gerou, nem foi gerado.  V 4  Ninguém igual a ele. A Sura 112 foi uma profissão do tempo de Abd  al´Maliks. Por atrás está a profissão no Dt 6,4: Shema Israel: Javé é um.
Na prática e no culto não tinha tantas diferenças. A oração à noite, especialmente na sexta feira santa foi costume da igreja síria. Jejum, romarias, hinos, véus, ajoelhar etc são comuns.

(Andreas Goetze: Religion fällt nicht vom Himmel WBG 2. Auflage)


          4.   Muhammad como profeta árabe

Para a legitimação do Qur´ân os Abbâsidas precisavam um profeta que fundou a nova religião. Fontes judias e cristãs não relatam nada de um profeta. A coleção das palavras e obras de Muhammad só datam do tempo dos Abbasides no 9./10 sec. unida na literatura Hadit. Existem mais de 7000 tradições. A fonte mais antiga do profeta data do ano 820. Os lugares de Muhammad são Mecca e Medina.
            Muhammad(un) foi primeiramente um título de honra.  Uma lenda conta  que Muhammad com 12 anos  encontrou o monge Bahirâ. O eremita reconhece em Muhammad o futuro profeta. O pai de Muhammad foi Äbdallah¨, servo de Deus, que morreu antes do nascimento de Muhammad. Simbolicamernte morreu Jesus, agora vem o novo profeta árabe. Existe uma paralela como Mani, que se entendeu com a incarnação dos profetas, o único possuidor da verdade absoluta. Com 12 anos ele recebeu a primeira revelação como Muhammad. No Manicheismo como no Islam a autoridade do Profeta se funda num livro.
As biografias do profeta não são datas históricas, antes destacam a importância dele para a salvação. O Qur´ân menciona Muhammad só 4 vezes. No Qur´ân Muhammad é o profeta enviado,  é o novo Moises, o ¨zelo dos profetas¨. Se no Qur´ân se fala ¨Tu¨ ou ¨Ele¨, este título foi aplicado a Muhammad. Só  150 anos depois de Muhammad aparecia a primeira biografia sobre ele.

A fé de Abraão:
 quando Allah falou para ele: seja submisso (íntegro), ele respondeu: eu me entrego ao Senhor dos habitantes do mundo (2, 133). A mesma fé tinham os filhos de Jacó: “Só ao teu Deus queremos servir, ao Deus de teus pais Abraão, Ismael e Isaac (2, 134)”. Abraão pediu: Senhor dá me um filho devoto. Nós anunciamos para ele um filho manso e querido. Mais tarde Abraão falou a Ismael: “Meu filho, eu vi num sonho que devo apresentar-te como um sacrifício, o que tu pensas? Ismael respondeu: Faça meu pai como foi falado, e tu me encontrarás paciente e conformado”. Como os dois se submeteram a vontade divina, Abraão colocou Ismael na faca. Mas nós (Allah) chamamos: com isso tu já cumpriste a visão, (37, 101 - 106) . Os fiéis confessam: nós seguimos os ensinamentos de Abraão, nós acreditamos em Allah e em tudo o que ele revelou a Abraão, Ismael, Isaac, Jacó, Moisés, Jesus e aos Profetas (2, 136). (Sobre Maria e Jesus veja 3, 43-56).

O novo Moisés
O nome central no Qur´ ân não é Muhammad ou Abraão, mas Moisés. Deus falou direto com ele (4,164), ao lado de Abrão Moisés é o primeiro dos fies (7,143, 26,51). Como Moisés é importante, mostra o final da história dele (Sura 20). O deus do Qur´ ân é o deus de Moisés. Moisés foi temporal Muhamad é definitivo.


         5). A história do Islã 

     No início o Islã não foi separado dos judeus e cristãos, se falava dos árabes e dos sírios. O Islâ foi chamado seita dos Ismaelitas. Em torno de 850 tinha 40% muçulmanos. Em torno de 1200 os cristãos foram ainda importantes, mas após as cruzadas (1099, 1140, 1190) foram perseguidos. 1453 os Osmanos destruíram Constantinopla, a Hágia Sofia se virou mesquita. Desde o sec. XIV sumiu a literatura síria, 1911 ainda tinha 50% cristãos em Constantinopla.
 Que decadência, a gente lê de tudo isso e chora amargamente. 51 metrópoles, 18 arquidioceses, 487 dioceses devastadas e o povo dos cristãos eliminado.

Em pouco tempo esta nova religião dos Árabes ganha poder no mundo inteiro                       

a) 661 até 750 Califato em Síria e Damas, muitas comunidades da igreja de Nestório foram perseguidas. Movidos por um profundo zelo pela nova fé os exércitos muçulmanos conquistaram sucessivamente a península da Arábia, a Síria, a Palestina, o Império Persa, o Egito e o norte da África. Nesse processo o cristianismo foi enfraquecido ou aniquilado em muitas regiões onde havia sido extremamente próspero nos primeiros séculos. Lugares como a Antioquia, Jerusalém, Alexandria e Cartago, onde viveram os pais da igreja Orígenes, Cipriano, Tertuliano e Agostinho, foram permanentemente perdidos pelos cristãos. Em 674, os muçulmanos lançaram os seus primeiros ataques contra Constantinopla, a grande capital cristã do Império Bizantino.

b) Em 705 até 715 os Árabes conquistaram a África do Norte e a Espanha. No ano 711, os mouros atravessaram o estreito de Gibraltar sob o comando de Tarik (daí Gibraltar, isto é, “a rocha de Tarik”) e invadiram a Península Ibérica, ocupando a maior parte do território espanhol. Em seguida, atravessaram os Perineus e penetraram na França, mas foram finalmente derrotados por exércitos cristãos comandados por Carlos Martelo, o avô de Carlos Magno, na batalha de Tours e Poitiers, no ano de 732. É verdade que, tanto no Oriente Médio e no norte da África quanto na Península Ibérica, os Sarracenos foram relativamente tolerantes com os cristãos e os judeus. Eles geralmente não eram forçados a se converteram ao islamismo, mas tinham de pagar um imposto caso não o fizessem. Em todas essas regiões, muitos acabaram aderindo à nova religião. Em diversas áreas que conquistaram, os seguidores de Maomé criaram grandes centros de civilização, como foi o caso de Bagdá, Cairo, e a Espanha. O califado de Córdova foi marcado por notável prosperidade, destacando-se por sua belíssima arquitetura, seus elaborados arabescos, seus avanços nas ciências, literatura e filosofia.

 c) Na Ásia Menor são os Turcos que espalham o Islã desde 960, depois seguem as cruzadas. A partir de 1299 surge o Império Osmano.
  
            d) O avanço islâmico teve profundas repercussões para o cristianismo. A Igreja Oriental ou bizantina foi seriamente enfraquecida, tendo perdido algumas de suas regiões mais prósperas. A igreja ocidental ou romana voltou-se mais para o Norte da Europa. Com isso o cristianismo tornou-se mais europeu e menos asiático ou africano. Também foi acelerado o processo de separação entre a igreja grega e latina.
             Outro problema para os cristãos foi a mudança da sua postura em relação à guerra e ao uso da força. Num primeiro momento legitimou-se o uso da força entre grupos cristãos dissidentes ou heréticos, como os arianos e donatistas. Séculos mais tarde, os cristãos haveriam de articular a sua própria versão de guerra santa, dirigindo-a principalmente contra os muçulmanos.
           
            e) A maior mais prolongada e mais sangrenta confrontação entre cristãos e islamitas foram as famosas Cruzadas, que se estenderam por quase duzentos anos (1096-1291). Antes disso, a cristandade já havia começado a lutar contra os muçulmanos na Espanha, o que ficou conhecido como a Reconquista, intensificada a partir de 1002 com a extinção do califado de Córdova. Desenvolveu-se, assim, a partir da Península Ibérica, uma forma de catolicismo agressivo e militante que haveria de estender-se para outras partes do continente.
          As cruzadas foram um fenômeno complexo cuja causa inicial foi a impossibilidade de acesso dos peregrinos cristãos aos lugares sagrados do cristianismo na Palestina. Por vários séculos, os árabes haviam permitido, salvo em breves intervalos, as peregrinações cristãs a Jerusalém, e estas haviam crescido continuamente. Todavia a situação mudou quando os Turcos seljúcidas, a partir de 1071, conquistaram boa parte da Ásia Menor e, em 1079, a cidade de Jerusalém fazendo cessar as peregrinações. Surgiu na Europa um clamor pela libertação da Terra Santa das mãos dos “infiéis”.                                                                                                                                                     
            A primeira cruzada foi pregada pelo Papa Urbano II em Clermont na França em 1095, sob o lema “Deus vult” (Deus o quer). Depois de uma horrível carnificina contra os habitantes muçulmanos,
judeus e cristãos de Jerusalém, os cruzados implantaram naquela cidade e região um reino cristão que não chegou a durar um século (1099-1187). A quarta cruzada foi particularmente desastrosa em seus efeitos, porque se voltou contra a grande e antiga cidade cristã de Constantinopla, que foi brutalmente saqueada em 1204. A oitava cruzada encerrou essa série de campanhas militares que trouxe alguns benefícios, como o maior intercambio entre o Oriente e o Ocidente e a introdução de inventos e novas idéias na Europa, mas teve efeitos adversos ainda mais profundos, aumentando o fosso entre as igrejas latina e grega e gerando enorme ressentimento dos muçulmanos contra o Ocidente cristão, ressentimento  que persiste até nossas eras. A igreja ocidental ou romana voltou-se mais para o norte da Europa. Com isso, o cristianismo tornou-se mais europeu e menos asiático ou africano. Também foi acelerado o processo de separação entre as igrejas grega e latina. Outro problema para os cristãos foi à mudança da sua postura com relação à guerra e ao uso da força.

            f) A Reconquista: É verdade que alguns cristãos daquele período tiveram uma atitude mais construtiva em relação aos islamitas, procurando ir ao seu encontro com o evangelho, e não com a espada. Tal foi o caso de alguns dos primeiros membros das novas ordens religiosas surgidas no inicio do século 13, os franciscanos e os dominicanos. O mais célebre missionário aos muçulmanos foi o franciscano Raimundo Lull (c. 1232-1315) de Palma de Majorca, que fez diversas viagens a Tunis e à Argélia. Todavia, o espírito predominante do período foi o de beligerância não só contra os muçulmanos, mas contra grupos cristãos dissidentes, como foi o caso dos cátaros ou albigenses, no sul da França, aniquilados por uma cruzada entre 1209 e 1229. Também data dessa época o estabelecimento da temida Inquisição. Na Espanha, a Reconquista tomou ímpeto no século 13 e a partir de 1248 os mouros somente controlaram o reino de Granada. Nos séculos XII e XIII nesse contexto de luta contra os mouros, houve o surgimento de Portugal como um reino independente.
            O reino de Granada foi finalmente conquistado pelos reis católicos Fernando e Isabel em 1492, o mesmo ano do descobrimento da América. Após um período inicial de tolerância, foi lançada contra ou mouros uma campanha de terror visando forçar a sua conversão e finalmente, em 1502, todos os muçulmanos acima de 14 anos que não aceitaram o batismo foram expulsos, assim como havia acontecido com os judeus dez anos antes. Sob a liderança de Tomás de Torquemada, a Inquisição espanhola organizada em 1478, voltou-se de maneira especial contra os mouriscos e os marranos (muçulmanos e judeus convertidos ao cristianismo) acusados de conversão insincera.

            g) No Oriente Médio:Ao mesmo tempo em que o islamismo sofria essas pesadas perdas na Península Ibérica, obtinha estrondosos  sucessos no Oriente Médio e na Europa oriental. Um novo poder islâmico, os turcos otomanos vindos da Ásia Central, depois de se estabelecerem firmemente na Ásia Menor, invadiram em 1354 a parte do império Bizantino, gradualmente estendendo o seu domínio sobre os Bálcãs, em regiões que estiveram ainda recentemente nos noticiários (Sérvia, Bósnia-Herzegovina, Albânia). Em 1453, eles tomaram Constantinopla (hoje Istambul), selando o fim do antigo Império Romano oriental e impondo novas e pesadas perdas à igreja Ortodoxa. Nos séculos 16 e 17, os exércitos turcos haveriam de cercar por duas vezes Viena, a capital da Áustria (1529 e 1683).
    
      h) Na Ásia Oriental chegam até o Kaukaso (sul da Rússia). Em 750 até 1258 os Abbasides em Bagdad na Pérsia, Harun ar Haschid conquista Bagdad  (conhecido pela lenda: 1001 Noites). O Islã chega na Índia 1193.

   i) Os últimos séculos: Um período especialmente doloroso para os muçulmanos diante do Ocidente cristão foi o colonialismo dos séculos XIX e XX, em que virtualmente todas as regiões                                                                                                                                                        
islâmicas do Oriente Médio e do norte da África ficaram sob o domínio de países europeus como a França, Inglaterra, a Itália e a Espanha. Até o inicio do século 19, aquelas regiões haviam sido parte do vasto Império Otomano, com sua capital em Istambul, chegaram os missionários, tanto católicos como protestantes, com suas igrejas, escolas e hospitais.
            Após a primeira Guerra mundial, à medida que as novas nações árabes foram alcançando a sua independência, houve o crescimento do sentimento nacionalista e a reafirmação dos valores islâmicos. Ao mesmo tempo, o Islamismo há muito havia ultrapassado os limites do mundo árabe, tendo alcançado, além dos Persas e dosTurcos, muitos outros povos na África e na Ásia, chegando até a Indonésia, hoje a maior de todas as nações muçulmanas, com mais de 100 milhões de habitantes.
Em muitas dessas nações árabes ou não, a presença de populações cristãs tem produzido graves conflitos entre os dois grupos, como aconteceu ainda recentemente na Indonésia. Um acontecimento pouco divulgado foi o pavoroso genocídio promovido pelos turcos contra os armênios cristãos no inicio do século 20.
            Outro evento que acabou  gerar nova animosidade entre os países muçulmanos e o Ocidente cristão foi o Estado de Israel fundado em 1948 e a percepção de que o Ocidente, principalmente os Estados Unidos, apóia incondicionalmente o estado judeu em sua luta contra os palestinos e outros povos árabes. Dois novos ingredientes nessa luta foram o súbito enriquecimento de algumas nações árabes com a exploração do petróleo e o surgimento do fundamentalismo militante entre os xiitas e uma antiga facção islâmica minoritária ao lado da maioria sunita. A militância islâmica tem gerado varias revoluções e o surgimento de regimes islâmicos, como aconteceu há alguns anos no Irã. Além do apoio do Estados Unidos a Israel, os fundamentalistas se ressentem da presença de tropas americanas na Arábia Saudita, o berço do Islã, e da influencia cultural do Ocidente nos seus respectivos paises, vista como danosa para a fé e seus valores tradicionais.

(CRISTÃOS  E MUÇULMANOS:  Uma longa história de conflitos -  Alderi Souza Matos)

                           6) SE O ISLÃ FOSSE OUTRA COISA?

          
            Gostemos ou não, o Islã é uma das fortes raízes do futuro da humanidade. Os muçulmanos são atualmente cerca de 1,2 bilhão de pessoas, uma quinta parte da humanidade.
            Maomé nascido em Meca, no ano de 570, era conhecido pelos qualificativos de  “o piedoso”, o “justo, o amigo do necessitado e defensor do oprimido”, e até mesmo de “um homem pleno de Deus”.
            Todo o Islã é um comportamento, uma vida nova, um entregar-se totalmente sem condições nem dúvidas a Deus, é a entrega total de alguém a Deus.  A palavra chave que melhor define o Islã como missão é “a recordação”. Se é recordação, isto quer dizer que o Islã nunca quis ser uma religião, como tampouco a de Jesus. Quem faz uma  verdadeira experiência de Deus não funda religiões. Maomé não quis criar outra religião ao lado do cristianismo e do judaísmo. O fundamentalismo que atribuímos ao Islã é uma palavra desconhecida pelos muçulmanos e pelos árabes. Nunca se pode ser fundamentalista em nome de Deus. A concepção de Deus no Islã é a de um Deus que ajuda a descobrir o caráter sagrado, único do ser humano, sobretudo dos menores, dos fracos, órfãos, viúvas, pobres, etc... 
            O Islã foi um movimento revolucionário, como também o cristianismo. E aconteceu a mesma coisa: quando se acomoda e se expande ao mundo, perde o espírito e se converte numa religião.  Este movimento revolucionário, esta luta contra a opressão religiosa trouxe conseqüências, a mais característica é a iconoclastia, a rejeição das imagens. Daqui nasce o fato de que, na mesquita, não há imagens. Quando Maomé retornou triunfante de Medina e ocupou a Meca, entrou em Kaabah e tirou todas as imagens, menos com exceção algo que é até curioso, a imagem de Jesus e de Maria.
            Outra conseqüência deste aspecto revolucionário do Islã é a prioridade do ético sobre o cultural. O Islã julga os poderes estabelecidos em nome dos valores de justiça e de pureza. Com um golpe único elimina o clero, a hierarquia.  
                                                                                        (Emílio Galindo - Arabista e Islamólogo)

                              7) O Vaticano II sobre o Islã


            Em 28 de outubro de 1965 no Concílio 2221 contra 81 bispos votaram em favor da declaração sobre a relação da igreja com as religiões não cristãs, Nostra Aetate 2 declara: “a igreja católica não rejeita nada o que nestas religiões  é verdadeiro e santo”. Nostra Aetate 3 declara: “com grande respeito à igreja considera os muçulmanos que adoram o único Deus...”
            “Nostra Aetate” foi a base da política no Vaticano, nos anos oitenta. O Papa falou não ao bombardeamento de Líbia, em 91 falou não a guerra do Golfo, em 2000 o Papa João Paulo II pede perdão pelas crueldades dos cavaleiros contra muçulmanos, judeus e ortodoxos. Em 2001 o Papa reza pela primeira vez numa Mesquita em Damasco. Em Assis representantes das grandes religiões rezam pela paz mundial.



                           

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